sexta-feira, 25 de março de 2011

Capítulo 1 - Um amor para recordar

Quando se gosta de um rapaz quase 4 meses, e ele mal olha para nós, não sabe o nosso nome nem sequer sabe que nós existimos, é complicado.
No primeiro dia de aulas, assim que o vi entrar na escola, apaixonei-me. Até ai não acreditava em amor à primeira vista, mal ele mudou a minha maneira de pensar. Trocámos um olhar intenso e tremi pois nunca tinha visto um rapaz tão perfeito em toda a minha vida. Ele passou e eu só consegui sorrir, mas segui-o com o olhar até ele entrar para dentro do bloco. Passei o resto dos dias a pensar nele e sempre que o via sentia-me cada vez mais apaixonada.
No final do 1º periodo, no jogo de inter-turmas de basket, a minha turma jogou contra a dele mas eu por azar magoei-me e não pude jogar. Quando o jogo terminou ele foi muito simpático comigo, veio para o pé de mim e perguntou como estava o meu pé. Eu mal consegui pronunciar uma palavra mas ainda assim respondi-lhe. Não queria que ele pensava que eu era uma parva apaixonada por ele.
- Sim, está tudo bem, obrigada.
E assim ele foi-se embora e sorriu, com aquele sorriso mais lindo que eu alguma vez vi. Mas não podia ter muitas esperanças pois ele tinha namorada, apesar de toda a gente saber que ele só namorava com ela por ela ser gira, e ela só namorava com ele por ele ser giro. E eu só conseguia pensar que se eu estivesse no lugar dela não o deixava "fugir" por nada deste mundo. O tempo foi passando e um dia uma amiga minha amiga que era colega dele, deu-me o número dele e o e-mail e começámos a conversar. Daí surgiu uma grande amizade que eu, mesmo gostando dele, pensava que não ia passar disso, pois contentava-me em ser sua amiga e poder estar com ele sempre que eu quisesse. Poucas semanas depois de eu e ele sairmos e passarmos bastante tempo juntos, ele acabou com a namorada. Pensei que simplesmente ele estava já um pouco farto da relação, mas não muito tempo depois, percebi que o motivo de eles terem acabado não era somente esse, ele disse-me que estava apaixonado por mim. Fiquei tão contente com aquela declaração que não consegui dizer nada. Nessa mesma noite, quando fomos ao cinema juntos, só nós os dois, ele pediu-me em namoro e eu não podia nem queria dizer que não. Aceitei na hora e assim passou quase um ano. Estávamos felizes, como poucos casais de namorados, já tinha falado aos meus pais sobre ele, a minha vida resumia-se a ele, e sinceramente pensava que ele era o homem da minha vida. Pois, pensava... Quando nós iamos fazer exactamente um ano de namoro, um ano em que tudo parecia perfeito, eu queria-lhe fazer uma surpresa. Então fui até casa dele, toquei à campainha e quem me abriu foi a mãe dele. Uma senhora muito simpática e divertida. Perguntei por ele, e ela disse-me que ele estava no quarto dele. Pensei que se estava a preparar para me convidar para sairmos, ou até estava a fazer alguma coisa em relação à minha prenda, sim porque pensava que ele não se tinha esquecido. Mas a mãe dele disse-me que ele estava com uma amiga. Inocente como eu era, pensei que seria uma colega que estivesse a fazer um trabalho com ele, mas depois de entrar percebi que não era nada disso que eu estava a pensar. Eles estavam aos beijos na cama dele. O meu mundo desabou naquele momento, e eu sabia que era o fim da nossa relação. Era o fim de um ano de namoro, o fim de uma relação que tinha tudo para ser perfeita. Saí de casa dele a correr, sem deixar que ele podesse dizer alguma coisa.
Faltavam só alguns meses para as aulas terminarem por isso poucas vezes o vi na escola, e quando o via fugia sempre dele pois não queria ter mais nada a ver com ele. Toda a gente me dizia que eu estava mal, com mau aspecto, que andava muito triste e que ele não merecia que eu chorasse por ele, mas era mais forte que eu. Eu amava-o demasiado. Tenho a certeza que se não fosse a Luma e o Tiago (os meus melhores amigos) eu nem agora estava bem. Foram eles que me deram força para continuar, e esquecer tudo o que se tinha passado. Na verdade não estava mal por ele não gostar de mim, acho que isso era o que menos me magoava nisto tudo. O pior é que eu não suporto traições, e se ele já não quisesse nada comigo dizia-me logo. Não fazia com que eu fizesse figura de estúpida, pois parecia que toda a gente sabia do que se passava menos eu. Foram uns dois meses com a mesma atitude em relação a tudo e todos, mas houve um dia que acordei e prometi a mim mesma que não ia chorar por ele, nem mais uma única vez. E assim foi isso que aconteceu, não me importava de o ver apesar de me magoar por dentro, mas por fora eu voltei a ser a mesma Daniela de há dois anos atrás. Sentia-me feliz, já tinha outra vez o meu sorriso habitual e voltei a ouvir elogios de que estava mais bonita, mais concentrada até, e a minha auto-estima voltou a subir alguns degraus. Mas ainda assim não consegui voltar a ter confiança em nenhum rapaz. Só os meus amigos verdadeiros é que eu sabia que nunca me iriam magoar.
E quando eu menos esperava, a minha vida mudou completamente. Um rapaz, mais ou menos da minha idade, mudou-se para a casa ao lado da minha. Ele era lindo, tinha cabelos castanhos e uns olhos verdes fantásticos. Ainda por cima era amigo do Tiago.
Então estava eu a sair de casa para ir para o ensaio da banda e dou de caras com o Tiago e ele estava com o Fábio (o meu novo vizinho).
- Olá! - cumprimentei-os.
Responderam-me em unisono.
- Olá.
- O que andas aqui a fazer, caramelo? - perguntei ao Tiago.
- Vim chamar o Fábio para jogar à bola mas esse diz que não lhe apetece agora.
- Oh puto já estou farto de jogar à bola, vamos fazer outra coisa - disse o Fábio.
- E que tal levarem-me ao ensaio da banda? Depois ficam lá a ver - perguntei com um olhar sugestivo.
- Tu tens uma banda? - perguntou-me o Fábio.
- Sim tenho - respondi-lhe.
- Yá puto aqui a minha pequenina canta que nem um rouxinol - disse o Tiago com um ar de gozo.
- Oh és mesmo parvo grandão! Mas isso quer dizer que me levam? - perguntei curiosa.
- Yá claro - respondeu-me o Tiago.
- Bora - disse o Fábio.
Então fomos os três na brincadeira, o Tiago era mesmo parvo e o Fábio era muito simpático. Falámos bastante e até trocamos alguns olhares.
Depois chegámos à garagem da Sara onde iamos ensaiar.
O ensaio até correu bem mas o final é que não foi nada divertido...

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